Há pouco menos de um mês foi determinado pelo FDA (Food and Drug Administration), órgão que regula o setor farmacêutico nos EUA, a a suspensão da lorcasserina, medicamento utilizado para tratamento da obesidade e, até então, vendido com o nome comercial de Belviq.
A medida foi tomada por precaução, após a revisão de dados de um estudo feito com 12 mil pessoas para avaliar o potencial risco de a droga causar problemas cardiovasculares. No entanto, os dados revelaram um desequilíbrio no número de casos de câncer entre os grupos. Mediante as suspeitas de riscos, ainda que em pequenos números, apresentadas pelo medicamento, a Eurofarma seguiu a decisão do órgão americano aqui no Brasil e retirou o medicamento do mercado.
Essa decisão abriu portas para uma importante discussão sobre a suspensão de medicamentos eficazes para tratamentos de doenças crônicas, como a obesidade, mediante resultados ainda não muito evidentes, e de números inexpressivos, como neste caso.
Além disso, a pesquisa comparou dados disponíveis entre a utilização da lorcasserina e o risco de câncer, sem comprovar um elo de causa e efeito entre eles.
Em entrevista à revista Saúde, a médica endocrinologista Dra. Cintia Cercato, diretora da Abeso – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, pondera que “trata-se de um estudo para avaliar o risco cardiovascular, então uma parcela considerável dos participantes era fumante, obesa e tinha outros fatores associados ao câncer”.